Inovação em Aprendizagem - Os Professores e a Tecnologia: Inovando sem Pedir Permissão - por Lars Janér
21 Fevereiro, 2018
As instituições de ensino e os professores em geral ainda carregam uma fama que não mais condiz com a realidade observada: a de que são resistentes aos avanços tecnológicos e à todo tipo de inovação em sala de aula.
De certa forma, a fama surgiu porque ao longo das últimas décadas foi grande a quantidade de novas "modas", "tendências" e "revoluções", que não se concretizaram da forma como inicialmente se imaginava. Por isso ficaram sem uso inúmeras ferramentas, softwares e produtos adquiridos sem levar a conta a real necessidade de quem vive o dia-a-dia da sala de aula.
Porém, o que vem acontecendo com o mercado de "edtech", e de tecnologia em geral, é uma ênfase cada vez maior em tornar as ferramentas mais simples e acessíveis e tirar a complexidade da frente do usuário. Ao mesmo tempo, cada vez mais as plataformas de ensino abraçam o conceito de abertura, promovendo a liberdade para customizações e integrações.
O resultado disso é que, ao invés de aguardar pelas ferramentas adequadas, muitas instituições (com seus times de TI), e os próprios professores, começam a construir seus próprios "produtos", adequados ao que precisam e à sua realidade. É o caso de uma escola de São Paulo que criou uma ferramenta em java para que os alunos possam dar notas para seus colegas - e outra, na Florida, que desenvolveu um "checklist" de acessibilidade para seus professores, que o utilizam ao criar cursos online.
Esse tipo de inovação, que nasce dentro da sala de aula é potencializada pelo volume de colaboração crescente, já que grupos de usuários podem se comunicar e trocar ideias e ferramentas online, sem precisar pedir a "permissão" de fornecedores, pagar por novas ferramentas e integrações ou aguardar eternamente pelo desenvolvimento de funcionalidades - que podem levar anos para serem desenvolvidas porque atendem apenas uma pequena parcela do mercado.
Trata-se de uma mudança de paradigma que transfere o poder para os usuários e beneficia a todos os envolvidos em educação. Com a inovação distribuída dessa forma, as próximas "revoluções" não acontecerão porque algum guru ou empresa determinou como o futuro deve ser - os próprios educadores vão escrever seu futuro, juntos - uma ferramenta de cada vez.