Habilidades Socioemocionais, Educação e Sociedade - Saúde mental, habilidades socioemocionais e escola, já pensaram sobre isso? - por Danubia de Paula
Educação Socioemocional
20 Janeiro, 2020
SAÚDE MENTAL, HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS E ESCOLA, JÁ PENSARAM SOBRE ISSO?
Anualmente, muitos dados sobre transtornos mentais e os principais fatores relacionados ao aparecimento deles são divulgados na literatura científica mundial e dentre tais dados há referência aos transtornos da infância e adolescência, sua prevalência e possíveis impactos na capacidade dessa parcela da população. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2001; THIENGO, CAVALCANTE, LOVISI, 2014)
Segundo a OMS, os transtornos mentais na infância e adolescência podem ser categorizados em transtornos de comportamento e emocionais e transtornos do desenvolvimento psicológico. Revisões científicas internacionais da literatura mostram que a média de prevalência de transtornos mentais na infância e adolescência é de quase 16% da população no mundo todo, e este número tende a crescer proporcionalmente com o aumento da idade, chegando à média de até 12,7% em pré-escolares e 16,5% nos adolescentes. (ROBERTS, ATTINKSSON, ROSENBLATT, 1998; PAULA, DUARTE, BORDIN, 2007; THIENGO, CAVALCANTE, LOVISI, 2014)
Acredita-se que mundialmente, uma entre quatro a cinco crianças e adolescentes apresente algum tipo de transtorno mental, e os dados em relação a prevalência destes transtornos no Brasil parece seguir a mesma tendência. (PATEL, FLISHER, HETRICKS, 2007; THIENGO, CAVALCANTE, LOVISI, 2014) Depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos por uso de substâncias e transtornos de conduta são alguns dos diagnósticos encontrados nessa faixa etária e tais diagnósticos estão associados a fatores biológicos, genéticos e ambientais. (THIENGO, CAVALCANTE, LOVISI, 2014)
Considerando tais informações, muitos familiares e instituições que trabalham com essa faixa etária ficam angustiados, sem saber como podem contribuir para o cuidado emocional dessas crianças e adolescentes. Mas saibam que é possível, sim, contribuir para esse cuidado mesmo não sendo um especialista no assunto.
Qual o ambiente mais adequado para cuidar da saúde mental já que não sou especialista no assunto?
O ambiente familiar e social no qual a criança e/ou adolescente está inserido pode e deve ser considerado como espaço de cuidado emocional (e podemos falar melhor sobre isso em outro momento), mas não podemos desconsiderar o ambiente que a maioria dessas crianças e adolescentes passam grande parte do seu dia: a escola.
O ambiente educacional pode se tornar um rico espaço para promoção e prevenção da saúde mental e deve ser utilizado como possibilidade de cuidado, pois alunos mais saudáveis aprendem mais, com mais qualidade e têm maior probabilidade de crescer como adultos saudáveis e produtivos.
E quais ferramentas posso utilizar para ajudar essas crianças e adolescentes a cuidarem de sua saúde mental também não sendo especialista no assunto?
Existem várias ferramentas possíveis para esse cuidado, mas a literatura tem mostrado como o trabalho com as habilidades socioemocionais é um caminho possível nessa jornada de cuidado emocional no ambiente escolar.
Considerando tudo isso, fica claro a importância de cuidarmos emocionalmente de nossas crianças e adolescentes, como a escola pode ser um dos ambientes possíveis para isso e como as habilidades socioemocionais atuam como ferramentas para prevenção e promoção na saúde mental Quer saber mais sobre o assunto? Continue acompanhando a coluna e vamos juntos caminhando nessa jornada da aprendizagem.
Abraço e até a próxima!
Referências
PATEL, V.; FLISHER, A. J.; HETRICKS, S.; McGORRY, P. Mental health of Young people: a global public-health challenge. Lancet, Reino Unido, v. 369, n. 9569, p. 1302-13013, 2007.
PAULA, C. S.; DUARTE, C. S.; BORDIN, I. A. Prevalence of mental health problems in children and adolescents from the outskirts of São Paulo City: treatment needs and service capacity evaluation. Rev. Bras. Psiquiatria, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1, p. 11-17, 2007.
ROBERTS, E. R.; ATTINKSSON, C. C.; ROSENBLATT, A. Prevalence of psychopatology among children and adolescents. Am. J. Psychiatry, Washington, v. 155, n. 6, p. 15-725, 1998.
THIENGO, D. L.; CAVALCANTE, M. T.; LOVISI, G. M. Prevalência de transtornos mentais entre crianças e adolescentes e fatores associados: uma revisão sistemática. J. Bras. Psiquiatria. Rio de Janeiro, v. 63, n. 4, p. 360-372, 2014.
Word Health Organization. Mental Health: new understanding, new hope. Genebra, World Health Organization, 2001.