Educação em Foco - Vamos Brincar? - Por Fernanda Carone

Educação em foco

01 Novembro, 2017

A representação simbólica dos jogos e brincadeiras possibilitam a interiorização do mundo e seus aspectos experienciados na educação infantil, porém algumas vezes empobrece as relações de aquisições de conhecimentos, ritualizando-as em práticas pedagógicas; construindo um abismo entre o jogo metafórico e a aprendizagem mecanicista. 

Na escola atual o uso dos jogos e brincadeiras representa a conquista de um meio instrumental de compreensão, de tomada de posse da informação no seu sentido amplo, conquistando uma atitude dinâmica, interrogativa. 

Diante da necessidade e das dificuldades de aprendizagem ou a busca para solucionar problemas reais, busca-se métodos e criam-se estratégias para sanar tais dificuldades. Nota-se que as crianças aceitam muito bem as regras nos jogos, um problema a ser resolvido facilmente com leitura das mesmas, interpretação, acordo entre participantes, observação e verificação do seu cumprimento. 

Tendo como base o princípio de que as atividades lúdicas, como os jogos e brinquedos, são importantes para o desenvolvimento social e cognitivo da criança e que a escola poderá ser o viés, na intermediação entre o sujeito da aprendizagem e o objeto do conhecimento, o jogo vem a ser a pilastra de caráter estimulador e motivacional com relação à aprendizagem.

Os conflitos são inevitáveis em uma sala de aula e na situação de jogos e brincadeiras, o conflito pode assumir duas formas: intraindividuais (dentro do indivíduo) e interindividual (entre indivíduos). Segundo Piaget, ambas as formas são imprescindíveis ao desenvolvimento, pois servem para motivar a reorganização do conhecimento em forma mais adequada. O conflito é o fator mais influente na aquisição de novas estruturas de conhecimento. Os conflitos podem ser vistos como uma fonte de progresso no desenvolvimento. 

O tempo dos jogos e os espaços devem ser adequados, para que as atividades permitam atingir seus objetivos, da maneira correta, ou seja, para atividades que as crianças exigem mais movimentação, agitação, deslocamentos e conversas tenham espaço suficiente e que não atrapalhem grupos que estejam trabalhando com jogos que não tem movimentos, apenas exigem concentração, atenção e silêncio. 

Outro fator importante está relacionado à idade e a capacidade das crianças. Devem-se selecionar materiais adequados para as diversas idades e capacidades que as crianças possuem. Os materiais devem ser suficientes tanto quanto no que se refere à quantidade, como na qualidade e na diversidade, para que proporcionem na criança interesse pelo material que estarão manipulando, além da importância de respeitar e propiciar elementos e momentos para que a criatividade seja estimulada durante e após as atividades. 

Os alunos têm amplas oportunidades de brincar com todos estes materiais, de se familiarizar com os mesmos, além de explorar suas implicações e aplicações. 

Ao participar das atividades das crianças, o professor estará valorizando e interagindo com elas, demonstrando assim o interesse que o possui nos seus trabalhos realizados. O professor, participando das atividades de seus alunos, pode animar a criança e valorizar seu esforço no lúdico. 


Vamos brincar? A resposta sempre será: VAMOS!!!!!!


Fernanda Carone

Mestre em Ciência do Esporte FEF/UNICAMP (2010). Possui Licenciatura Plena em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1994) e Pedagogia pela FALC (2014). Possui Pós-graduações em Psicopedagogia pelo IBFE Campinas, Pedagogia do Movimento (2002) e Pedagogia do Esporte Escolar (2004) pela Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP. Diretora Pedagógica do Ensino Médio e curso Pré-Vestibular no Centro Educacional Objetivo, unidade Vila Industrial em Campinas.