Educação em Evidência - Dia mundial da Conscientização do Autismo - por Miryan Buzetti

Inclusão

02 Abril, 2021

Dia mundial da Conscientização do Autismo

Miryan Cristina Buzetti

A ONU (Organização das Nações Unidas), no fim de 2007, definiu todo 2 de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (no original em inglês: World Autism Awareness Day). O autismo — nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) — é uma condição de saúde caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento: comunicação social e comportamento. Não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos, que se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Tão abrangente que se usa o termo "espectro", pelos vários níveis de comprometimento — há desde pessoas com outras doenças e condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico. 

Os sinais mais recorrentes do autismo são:

• Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
• Não atender quando chamado pelo nome;
• Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
• Alinhar objetos;
• Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
• Não brincar com brinquedos de forma convencional;
• Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
• Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
• Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
• Não compartilhar seus interesses  e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo;
• Girar objetos sem uma função aparente;
• Interesse restrito por um único assunto (hiperfoco);
• Não imitar;
• Não brincar de faz-de-conta;
• Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.

No ano de 2020, foi sancionada a Lei nº 13.977, que institui a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). A lei ficou conhecida como Lei Romeo Mion, em homenagem ao filho do apresentador Marcos Mion, que possui o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Com essa iniciativa, a pessoa com TEA terá direito a uma carteira de identificação, que, segundo o texto da lei, terá como objetivo "garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social" para esse público. Para identificar a prioridade à pessoa com TEA, os estabelecimentos poderão utilizar como símbolo a fita quebra-cabeças.

Para realizar a inclusão do autismo na escola, é muito importante levar em consideração o conhecimento sobre o espectro e sobre a criança para toda a equipe. Sensibilizar não só os professores, mas as pessoas que cuidam da limpeza, da alimentação, da secretaria.

A criança com autismo, assim como toda criança que vai à escola, deve aprender, se desenvolver, e não apenas brincar ou ser inserida em sala de aula sem um planejamento pedagógico adequado, que considere suas dificuldades, habilidades e necessidades. Todos saímos ganhando quando a inclusão acontece de fato!