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Metodologias Ativas - Storytelling do Pai - por Max Franco

Metodologias Ativas

25 Agosto, 2020

- … mas o dia dos pais é mais uma data comercial que blá-blá-blá…

É isso. Mais uma vez este é um argumento que alguns mais ortodoxos e com as cordas das santas sensibilidades mais aguçadas podem atirar sobre a mesa. Em contraponto, pode-se apresentar uma pergunta incômoda, mas, nem por isso, menos pertinente:

- Afinal, nas modernidades o que não é "comercial"?

De fato, talvez não encontremos tanta coisa assim.

Além do mais, quando foi que "comercial" virou sinônimo de "diabólico"? O que faríamos sem o comércio? Voltaríamos ao paleolítico e às práticas dos caçadores-coletores?

Nada impede que algo comercial seja relevante. A "santa ceia" de Leonardo foi um trabalho encomendado pelo Duque de Milão, Ludovico Sforza, para adornar a parede da Igreja de Santa Maria Delle Grazie. Da Vinci ganhou dinheiro pela obra. A Capela Sistina de Michelangelo não foi diferente. A verdade é que o pro bono e o voluntariado não geraram mais obras de arte quanto o bom trabalho bem pago.  Afirmar qualquer coisa diferente disso soa sempre meio hipócrita, afinal nós todos, geralmente, vendemos a nossa força de trabalho. Em outras palavras, comércio.

Aqui vemos algumas campanhas que foram realizadas com o mote dos dias dos pais de 2020. Um dia dos pais diferente da maioria dos outros. Afinal, muitos pais não serão visitados nesse período em virtude da pandemia do COVID-19. Muitas famílias ainda estão praticando o distanciamento, principalmente, quando falamos dos grupos de risco, nos quais se inclui boa parte dos pais.

Esperava-se, portanto, que as peças de marketing desse ano viessem, realmente, recheadas de grande apelo emocional e, para isso, ainda não inventaram nada tão envolvente e poderoso quanto o bom e velho storytelling, que deitou e rolou nas campanhas de 2020.

A jornada do herói de Campbell é claramente um paradigma para todos ou quase todos os roteiros que se propõem a engajar por meio de histórias e os pais assumem o clássico papel de herói ou de mentor, o qual não deixa de ser herói. O mentor, afinal, é o herói do herói. O tom das narrativas, as cores pasteis, as trilhas sonoras… tudo traz essa abordagem sensível e emotiva.

Os pais de 2020 também são diferentes daqueles de outras épocas e a publicidade vai demonstrá-lo com clareza. Não são machos fortes, intransponíveis e inoxidáveis. Os pais de 2020 não são refratários às vulnerabilidades. Uma atitude das mais bem-vindas para a construção histórica do homem hodierno. O homem de 2020 chora, demonstra debilidades, hesita. Um verdadeiro libelo contra a masculinidade tóxica tanto em voga anos atrás.

Aqui trago três campanhas, uma mais antiga da Natura e mais duas atuais do Bradesco. Apesar de serem histórias completamente diferentes, o modelo utilizado é sempre o de contar histórias, seja pelo storydoing, seja pelo storytelling, mas a mensagem é bastante semelhante.

Comercial ou não, esperamos que essa mensagem ganhe vida, ganhe o mundo e, essa sim, viralize.


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