Refletindo sobre o nome dessa coluna - O sentido da Vida, me veio de pronto a necessidade de um olhar para algo bastante profundo, que é o respeito pela vida.
Para uma vida ter sentido ou para encontrar o sentido dela, antes precisamos respeitá-la, porque é uma vida humana.
Essa tomada de consciência, indissociável da responsabilidade por agir e influenciar, pelo simples fato de existirmos, nos angustía por sabermos, que no coletivo isso não é uma unanimidade e nem será ao longo do tempo. Mesmo assim, manter a serenidade é um dever diário para mantermos a sanidade mental e podermos continuar nossa jornada.
Nesse momento pandêmico que estamos vivendo, podemos encontrar aqueles que estão cumprindo o seu papel social, mantendo o isolamento e todas as regras sanitárias, também infelizmente, aqueles que declaram diretamente ou por atitudes e comportamentos, o desprezo pela vida, que é uma forte transgressão do pacto social.
Nenhuma vida poderá ser desprezada ou esquecida. Independentemente da classe social precisamos ter em mente que o que não vale é termos uma vida vazia, fútil e desprezível. O que nos preenche e nos deixa orgulhosos é exatamente a construção do sentido de nossas vidas, a partir das pequenas coisas que podemos fazer para dignificá-la, trabalhando também em função das outras pessoas, para que elas possam ser dignas de suas vidas.
Considerando que verdadeiramente construímos o sentido de nossas vidas, então essa construção é uma construção evolutiva e não um ponto de chegada. Dessa forma vamos nos ater a esse momento atual, que estamos vivendo, que nos impulsiona a fazer escolhas no sentido da preservação da vida. Estamos inseridos em uma sociedade e dessa forma eu não o faço somente por mim mesmo, mas também em profundo respeito pelo outro que a compõe.
O importante, já que estamos em plena evolução, é que as escolhas sejam feitas considerando as necessidades do momento. Hoje é pela saúde, amanhã poderá ser por uma questão econômica ou outra qualquer.
Essa possibilidade de refazer nossas escolhas, tendo em vista a preservação da vida, nos fortalece e nos alerta para as escolhas futuras.
Essa minha reflexão, forçosamente me leva aos seguintes questionamentos:
O que eu tenho aprendido com essa pandemia?
Continuarei inflexível na aceitação do novo, mantendo minhas posições como verdades absolutas?
É possível continuar vivendo no bloco do eu sozinho?
Qual o meu posicionamento político e social?
Quais são os meus verdadeiros valores?
Termino aqui com um convite para você refletir sobre a importância do respeito pela vida individualmente e no todo, porque poderá contribuir fortemente com formação de uma consciência coletiva elevada sobre a nobreza da vida.