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Pensar, conhecer e realizar - A educação como crítica - por Jorge Luiz da Cunha

Em tempos nebulosos em que vivemos a educação ainda é nossa principal arma de luta. É ela sempre nosso principal mecanismo de mudança. Dentro de uma perspectiva dialógica e reflexiva, não podemos calar diante da situação e assim, é nosso compromisso fazer a crítica social constante e é no espaço escolar que construímos as bases do conhecimento que vão moldar nossa consciência através da crítica propositiva. 
A sala de aula é um espaço privilegiado e dentro da inconstância singular de cada indivíduo se produzem análises diferenciadas de todos os pontos de vista possíveis. Ouvir, pensar, sentir e ressignificar as narrativas dos outros é um processo constante de crítica individual e por consequência de construção de conhecimento. Esse espaço dinâmico de diálogo, produz um ir e vir das narrativas pessoais que constroem um campo simbiótico de interações e de superação das naturalizações conceituais.
Produzir narrativas críticas de si mesmo é um processo de autoconscientização que exige um olhar para dentro e um ordenamento conceitual que dá sentido a nossa fala. Na sala de aula, ao absorver o discurso do outro, recebemos dele também a sua crítica e assim a reelaboramos dentro de nosso campo cognoscível, criando assim uma nova e consciente interpretação da realidade posta.
Uma sala de aula, é um espaço dinâmico e não um espaço estático configurado entre quatro paredes, mas sim uma realidade interacional que vê a sociedade de um ponto de vista privilegiado e pode a partir deste Locus construir novas interpretações e intervenções que devem protagonizar a mudança que necessitamos em busca de uma sociedade mais justa e consciente. Precisamos sim fazer a crítica da crítica sempre, seja em sala de aula ou no nosso campo social de atuação, pois a educação é uma ação diária de diálogo constante e de mudança social.