O Sentido da Vida - Um Mergulho no Hoje - por Fausto Ferreira
10 Junho, 2020
Duas noites sem dormir. Foi assim que começou, para mim, o enfrentamento da pandemia - COVID-19.
Momentos aqueles de incertezas, medo de morrer aos 69 anos, tendo claro em minha mente, que deixaria muito por fazer, além, claro, de sair dessa vida, tão cedo, na minha opinião. Na opinião dos outros, vai saber...
O resultado de muitas reflexões, foi a de que, com os cuidados necessários, eu deveria continuar minha jornada, sem o medo paralisante, mas trabalhando naquilo que me é mais caro, apoiar outras pessoas em diferentes momentos de vida, mais especificamente em suas carreiras profissionais.
Relendo alguns livros, artigos e assistindo lives, me encontrei, novamente, no cerne do que me instigou a escrever em uma coluna, cujo nome é O Sentido da Vida.
Sim, tudo começou com ele, Victor Frankl, meu instigador, que nos deixou um legado maravilhoso, ao expor a crueza da vida em um campo de concentração nazista ao questionar, entre outras coisas, o sentido da vida, naquelas condições de sofrimento e dor.
Pois é, como sair melhor dessa dor atual? Para mim não há outro caminho, senão o do exercício individual, de nos tornarmos melhores. A transcendência também dói, porque iremos nos defrontar com a realidade de quem somos. É preciso querer e estar aberto à essa transformação.
O que nos modifica, ou melhor, o que nos induz à modificação é o sofrimento e não a alegria, como já constatado e descrito, por diferentes escritores, ao longo da história.
Repentinamente, o encontro do valor das pequenas coisas, singelas coisas, que já havíamos esquecidos e que retornam com força e o desenvolvimento de nossa espiritualidade, darão sentido à nossa existência, a partir da utilidade que dermos a esse confinamento, oriundo da pandemia e que verdadeiramente nos tirou do piloto automático.
Alguém poderá dizer - isso é para poucos. Eu direi, tal qual o é para tantas outras coisas, infelizmente.
Faço a todos um convite a pensar grande, tendo como objetivo alcançar a consciência moral de quem realmente somos e qual a contribuição que estamos dando à vida.
Podemos começar pensando em como praticar o nosso melhor em relação a nós mesmos, aos outros e à natureza.
Não deveremos nos exigir demais, não há necessidade de grandes obras, lembremo-nos que somos gregários e dessa forma, o pouco que fizermos com ética e seriedade, no meio em que vivemos, contribuiremos com os outros, assim como receberemos a contribuição deles.
O meu muito obrigado a todos, que de alguma forma me ajudaram, apoiaram e ainda me apoiam, nessa jornada chamada vida!