O sentido da vida - A vida bela e frágil - por Fausto Ferreira
10 Abril, 2020
No início de 2020 tudo caminhava de acordo com o que chamávamos de normalidade.
Cada um com seus afazeres e com toda a liberdade de escolha, sobre as rotinas diárias. Trabalho, lazer, estudo, cafés, amigos, almoços, jantares, happy hour, tudo planejado e parte em execução.
O ano seria absolutamente fantástico, com novos amigos, uma nova rede de relacionamentos, novos cursos, novos clientes, enfim, a caminho da realização.
Repentinamente tudo mudou, com o aparecimento do Coronavírus.
Tudo e todos parados, desde meados de março até agora, em abril. Estamos em quarentena.
Não havia qualquer previsão dessa calamidade e, agora, estamos lidando com algo novo e impactante em nossas vidas.
Sempre soubemos que a vida é cheia de dor e de alegrias. Mas, sempre quisemos que houvesse somente o belo e prazeroso, o que é totalmente impossível, pela imponderabilidade de nossas existências.
Mal controlamos o que está dentro de nossas casas, imagine da porta para fora. Além da natureza, temos os outros, os governos, as legislações, as doenças e tantas outras possibilidades que a vida oferece, que nos sentimos apequenados.
Nesse caso específico, uma doença infectocontagiosa, de ampla e virulenta contaminação social e letalidade expressiva.
Perceber que realmente somos frágeis diante das circunstâncias da vida é um choque de realidade, que dói. Sentir essa dor, abraçar o sentimento que toma conta de nós e, sem negar os fatos, refletir e agir é recomendável para nossa saúde física e mental.
A serenidade obtida após essa reflexão nos possibilitará analisar qual a lição que podemos tirar desse momento assombroso pelo qual estamos passando.
Daqui há uns meses a vida voltará ao seu curso, com absoluta certeza. Faremos o rescaldo desse triste período e prontamente seguiremos com nossos planos.
Fácil assim?
Ledo engano, teremos mais turbulência pela frente, para o ajustamento de nossas condições individuais às da sociedade como um todo, englobando aí a economia, finanças, trabalho, educação, saúde e a espiritualidade.
A meu ver, a única certeza é que sairemos muito mais fortes, porque estamos aprendendo que a força do engajamento das pessoas, aliada com à massiva utilização da tecnologia e o suporte da ciência, estão criando os alicerces para essa grande mudança.
Após essa pandemia, que é um divisor de águas, como foi o primeiro homem na lua, em 1969 a queda do muro de Berlin, em 1989 e a derrubada das torres gêmeas nos EUA, em 2001, o homem terá como possibilidade, ser cada vez mais humano e estabelecer relações muito mais saudáveis entre si e o mundo em que estamos vivendo.
Aquela "normalidade" nunca mais existirá.
A humildade e a aprendizagem nos farão melhores para co-criarmos o futuro e para usufruir da imensa beleza da vida.