Educação Socioemocional - O mundo que ensinamos e o mundo em que vivemos
12 Julho, 2017
O MUNDO QUE ENSINAMOS E O MUNDO EM QUE VIVEMOS
Estou terminando o meu artigo desse mês, mas acabo de saber sobre a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República contra Michel Temer (PMDB) pelo crime de corrupção passiva. Esta é a primeira vez na história do Brasil que um presidente é alvo de acusação formal durante o exercício do mandato.
Diante da notícia, logo comecei a refletir: como os nossos educadores têm trabalhado as suas disciplinas em meio a esse caos? Não me lembro de ter aprendido, ou pior, de viver situações em que a bandidagem e a corrupção fossem tão escancaradas quanto nesses últimos meses... A cada dia, ficamos sabendo de fatos comprovados de corrupção envolvendo aqueles que estiveram e estão no poder. Pregam-se valores éticos e exigem-se comportamentos coerentes às regras estabelecidas, mas diariamente somos bombardeados por crimes políticos e a impunidade...
Especialmente hoje, ouvindo a denúncia contra representante maior do nosso país, questiono:
Como fica o trabalho com nossas crianças e jovens acerca do respeito à AUTORIDADE?
Como trabalhar questões éticas vivendo em uma sociedade infestada de corruptos e corruptores e que, muitas vezes, os autores das denúncias estão tão sujos, ou até mais, que os próprios réus?
Como desenvolver a cidadania e moral convivendo em uma sociedade em que "negociações" e "acordos" Ilícitos nos mostram que talvez o crime compense, sim?
Como promover valores, ensinar e exigir a "verdade" dos nossos filhos e alunos, em uma sociedade em que, hoje em dia, isso mais parece um camaleão em que o "veja bem", pode ser "não é bem assim"?
Infelizmente ontem, todos nós, inclusive nossos filhos e alunos, que, mesmo que de vez em quando assistem aos Telejornais, presenciamos o que de fato está valendo em nosso país; Ontem, todos nós tivemos, em alguns minutos do noticiário da TV, uma bela aula de realidade brasileira abordando a História, Geografia, Filosofia, Sociologia,... Agora, devemos esperar pela aula de Língua Portuguesa, com a retórica e eloquência dos advogados de defesa.
Está aí, mudei de ideia! Eis o texto desse mês. Nesse momento em que enfrentamos uma aguda crise de representação e de questionamentos sobre o comportamento de pessoas públicas, é nítido que existe uma grande contradição entre mundo que ensinamos -ideal, ético - e o mundo vivido - real, antiético.
Mas, #ficaadica - Desenvolver resistências às tentações entre o certo e o errado, passa por conhecer o comportamento dos semelhantes. Então, cuidemos das nossas atitudes! Vale o "faça o que eu falo e TAMBÉM o que eu faço!"