Crianças constroem robôs para resolver problemas reais
17 Outubro, 2016
Confira a participação da coordenadora da pós-graduação em Inovação na Educação, Carolina Defilippi, na matéria "Crianças constroem robôs para resolver problemas reais"
Que a tecnologia em sala de aula amplia habilidades motoras e impulsiona a criatividade das crianças todos sabem, mas a inclusão da robótica no processo educacional infantil pode trazer ainda mais benefícios, inclusive sociais na vida dos pequenos. Para o professor de robótica do Colégio Progresso em Campinas, Alexsandro Sunaga, este processo motiva uma visão crítica do cotidiano, auxiliando a identificar problemas, a buscar soluções e a aplicar sua diversidade de conhecimentos para ajudar a melhorar ou facilitar a realidade das pessoas. "No projeto do Colégio Progresso, senti a necessidade deque os alunos pudessem impactar o mundo ao redor através de um projeto de robótica. Motivei-os a pensar num problema primeiro e por incrível que pareça, não estão acostumados a pensar em problemas. Muitas vezes quando se chega com um problema para o aluno, aquele problema não faz sentido, mas quando se passa o papel para o aluno desenvolver um projeto baseado num problema que ele observa, aí sim aquilo passa a fazer sentido pois faz parte da realidade dele", diz. Há quatro anos, o colégio oferece a disciplina de Robótica Educacional em todas as turmas do fundamental 2. Semanalmente, alunos do 5º ao 9º ano têm duas aulas de robótica. O aprendizado tem início com uma introdução à robótica no 6º ano, em que habilidades básicas de montagem, programação e trabalho em equipe são introduzidas. Neste ano, uma nova iniciativa faz parte das aulas. O desafio é estimular os alunos a construir robôs que resolvam problemas reais do cotidiano. O professor Alexsandro Sunaga detalha: "no 1ºsemestre do ano há aulas mais voltadas para física e matemática. Usamos as aulas de robótica como laboratório de física e matemática onde eles faziam experimentos usando os robôs. Eles mesmos produziam os experimentos e analisavam os dados a partir dos experimentos. Nesse 2º semestre valorizamos mais essa área de empreendedorismo. Pro- pus a eles a criação de produto baseado num problema real. A ideia é que passem por todas as etapas de desenvolvimento de um produto. Observam o entorno e verificam uma necessidade, problema, especialmente algo que tenha impacto social na solução do problema", explicou. Procuraram criar soluções para locomoção de cegos, ajuda ao ministrar remédios, cuidar de idosos, limpar a casa, pintar unhas ou jogar futebol com filhos ú n i c o s. A coordenadora da pós-graduação em Inovação na Educação do Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE), Carolina Defilippi, diz que o uso da tecnologia como aliada no ensino hoje é fundamental, pois essa é a geração que "para aprender, tem que mexer". "Diante dessa geração, os professores têm a obrigação de modificar a metodologia, para mantê-los motiva- dos dentro da sala de aula e mantê-los atentos porque hoje existem muitos motivos para desviar a atenção, então cabe ao professor adequar-se e trazer para o que a gente chama de metodologia ativa porque isso é vai desenvolver no aluno o potencial de cada um. Essa geração que está na sala de aula não consegue mais ficar 50 minutos atento a uma aula expositiva. Querem sentir-se colaboradores e querem pôr a mão na massa. Eles querem se sentir parte do processo", diz. Para Carolina Defilippi, a tecnologia hoje permite individualizar mais cada aluno. "A gente tem a possibilidade de conhecer melhor o aluno e com isso explorar pontos fortes de cada um e cuidar dos pontos fracos", finaliza.